Personalidades

Guilherme Henrique de Moura Neves (Dr.)

Filho de António Henriques Neves e de Francisca Efigénia de Moura Neves, nasceu na Boafarinha a 15 de Setembro de 1870.

Tirou o Curso de Medicina na Universidade de Coimbra, casando mais tarde em Abrantes.

Aí tornou-se uma figura de grande importância social, pois foi Director do Sindicato Agrícola, vereador e Vice-Presidente da Câmara, Provedor da Santa Casa de Misericórdia e, segundo o testemunho do Jornal de Abrantes, foi sempre um grande benemérito.

Faleceu em 24 de Abril de 1938.

(Dados colhidos na obra: Vila de Rei e sua Gente)


José Henriques Alves “FRÓES”
José Henriques Alves “Fróes”, foi uma figura que marcou a vida e a história da Boafarinha.

Nasceu a 13 de Janeiro de 1857, na Boafarinha, filho de Joaquim Alves e de Luísa Henriques.

Emigrou para o Brasil (Estado do Pará) onde foi ajudado por um senhor e, por gratidão, acrescentou ao seu nome o apelido “Fróes”.

Mandou construir uma casa apalaçada na Boafarinha, no Cabecito, recorrendo a madeiras exóticas. A casa foi habitada em 1903.

Procurou o desenvolvimento do Concelho, quer emprestando dinheiro ao Governo de então (que nunca lhe foi restituído) para a construção da ponte do Codes que liga Vila de Rei ao Sardoal, quer assumindo a presidência da Câmara nos anos de 1911–1912, cargo que abandonou devido às frequentes deslocações ao Brasil.

Ambicionou levar a linha férrea até Vila de Rei e construir uma ponte sobre o rio Zêzere para ligar a sede do Concelho a Ferreira do Zêzere.

Faleceu a 13 de Novembro de 1917 encontrando-se sepultado no cemitério de Vila de Rei, em jazigo que mandou construir.

José de Oliveira Xavier (Dr.)
O Dr. José de Oliveira Xavier nasceu no Vale da Urra a 1 de Maio de 1877.

Licenciou-se em Medicina na Universidade de Coimbra e exerceu algum tempo no Sardoal.


Fixou-se na Boafarinha, tendo aqui casado com D.ª Rosa Moura Neves. 


Pouco tempo depois, um incêndio destruiu a sua casa. Por isso, construiu um nova habitação que ressalta na paisagem da aldeia por ser acastelada. 

Aqui dedicou-se à administração da sua casa agrícola e ao exercício da medicina particular.

Graças a ele, existiu um espécie de clínica particular na Boafarinha, antes de haver hospital em Vila de Rei.


Foi por vários anos Presidente da Câmara de Vila de Rei. 

Faleceu em 1961.

José Rodrigues
Nascido em 1916 na Boafarinha, fez a sua instrução na escola do Milreu com o prof. José Lucas, mestre-escola muito considerado.

Trabalhou num armazém de mercearias e depois abriu na Boafarinha uma mercearia e taberna que se tornaram ponto importante da vida aldeia, pois era aí que se situava o posto público dos correios e do telefone, bem como a agência da empresa de camionagem “Claras”. 


O local era também um ponto de encontro dos habitantes da aldeia, pois o bom senso, a simpatia, a experiência e até o saber de José Rodrigues eram muito apreciados.
 
Manuel Rodrigues da Silva (Padre)
Filho de João Rodrigues da Silva e de Florinda da Conceição, nasceu na Boafarinha, a 18 de Janeiro de 1912.

Foi ordenado padre em Castelo Branco, a 13 de Março de 1938.

Foi pároco em Alvito da Beira, Amieira do Tejo, Aboboreira e na Fundada desde 2 de Abril de 1945 até 1956. Nesta freguesia teve uma actividade marcante, promovendo a melhoria da Igreja, junto da qual fez surgir um belo salão paroquial.

Depois da sua súbita doença e morte (26-06-1956), a população, reconhecida, prestou-lhe homenagem implantando um busto próximo à igreja paroquial.
Mateus de Oliveira Xavier (D.)
Personalidade que marcou fortemente a presença da Igreja Católica na antiga Índia portuguesa, de quem os seus familiares e os habitantes da Boafarinha justamente se orgulham.

Nasceu a 14 de Outubro de 1858 na povoação de Vale da Urra Fundeiro, freguesia de Vila de Rei, distrito de Castelo Branco, filho de Joaquim de Oliveira Braz e Maria Joaquina de Oliveira (sendo irmão do Dr. José de Oliveira Xavier).

Foi levado muito novo para a Fundada onde fez a instrução primária. Em 1871 foi para a Vila da Sertã estudar latim.

Em Outubro de 1874 entrou no Seminário Patriarcal de Santarém onde estudou Ciências Eclesiásticas.

Em 1881 foi ordenado presbítero em Castelo Branco, seguindo depois para Coimbra. Estudou Teologia na Universidade de Coimbra, onde também foi capelão no convento de Santa Clara e na Universidade. Em 1888, foi nomeado professor de ciências eclesiásticas e preparatórias, e diretor espiritual no colégio das Missões Ultramarinas em Sernache do Bonjardim, cargos que desempenhou até 1893.

Nesse ano, o Patriarca das Índias, D. António Sebastião Valente, conhecedor das sua raras qualidades, convidou-o para seu secretário particular e ambos seguiram para a Índia em 1894.

Em Goa desenvolveu um prodigiosa actividade, reformando completamente o Seminário e transformando-o na melhor Faculdade de Teologia de toda a Índia.
Por falecimento do Bispo de Cochim, foi D. Mateus de Oliveira Xavier nomeado para esse elevado cargo e, em 1898, o Papa Leão XIII nomeia-o Bispo de Goa.
Nesse cargo, levantou a nova  Sé Catedral, edifício majestoso, com laivos de estilo manuelino e imitações de estilos indianos. Criou inúmeras escolas, recuperou numerosas igrejas que se encontravam em ruínas há séculos, tendo assim gasto todas as economias.

Em 26 de Janeiro de 1908, D. Mateus de Oliveira Xavier  é nomeado  para  o elevadíssimo cargo de Patriarca das Índias e Primaz do Oriente.

Faleceu em  Goa  em  1929, com  fama  de Santo. O seu túmulo (na cidade de Goa), é visitado e venerado por multidões.